segunda-feira, 28 de julho de 2008

FMI alerta que crise creditícia global continua piorando

O Fundo Monetário Internacional (FMI) alertou hoje que a crise creditícia nos mercados globais continua piorando, devido ao arrefecimento econômico mundial, e advertiu também de um aumento do risco nos mercados emergentes. "A deterioração do crédito está aumentando e se aprofundando à medida que as economias se desaceleram", disse hoje o diretor de Mercados Monetários e de Capitais do FMI, Jaime Caruana, durante a apresentação da versão revisada do Relatório de Estabilidade Financeira Mundial, publicado a cada seis meses. O diretor do FMI descreveu a "retroalimentação" negativa entre a economia real e os mercados financeiros como o maior risco para a saúde econômica do planeta. Segundo ele, a melhor forma de interromper essa tendência seria deter a crise do mercado imobiliário americano. Caruana disse, de qualquer forma, que o elevado grau de inadimplência e execuções no setor hipotecário dos Estados Unidos torna impossível determinar o fim da atual crise no setor. "Ainda não é visível o fundo" da crise hipotecária, destacou Caruana, que mencionou que os problemas não se circunscrevem mais às hipotecas de alto risco e estão contagiando as hipotecas de qualidade. O estudo destaca que a queda dos preços dos imóveis também afeta outros países desenvolvidos, como República da Irlanda, Reino Unido e Espanha, o que aumentou a preocupação sobre futuras perdas no setor hipotecário e na indústria da construção. O relatório também chama a atenção para a volta das persistentes dificuldades do setor bancário. Menciona, nesse sentido, que é previsível que o acesso ao crédito tanto nos EUA quanto na zona do euro diminua, porque os bancos estão reduzindo seu alavancamento e tentando aumentar o capital. Em abril, o FMI previu que os bancos e outras instituições financeiras poderiam perder até US$ 1 trilhão por causa da crise creditícia. O organismo manteve hoje essa previsão e destacou que o setor já reconheceu perdas superiores a US$ 400 bilhões. Segundo o Fundo, o capital arrecadado pelos bancos só cobre cerca de 30% dessas perdas, por isso é provável que tenham que dificultar ainda mais o acesso ao crédito. Além disso, o FMI advertiu sobre um aumento do risco nos mercados emergentes e afirmou que a deterioração é mais intensa nos países asiáticos, onde o risco de inflação e menor crescimento econômico é mais elevado.
(*EFE)

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